Duas mulheres vão representar o Brasil no Seminário Global de Salzburg (SGS), na Áustria, nos diálogos das áreas de Cultura, Artes e Sociedade.
Uma delas é a jornalista Suzan Monteverde, que fará palestra sobre o Festival Folclórico de Parintins e suas perspectivas diante dos desafios da globalização.
A outra, cujo nome ainda não foi divulgado, é do Rio de Janeiro, da área teatral.
Suzan Monteverde, bisneta do fundador do boi-bumbá Garantido, Lindolfo Monteverde, é presidente da Associação Regional Lindolfo Monteverde e titular da Comissão de Arte do Boi-Bumbá Garantido.
Ela possui mestrado em Ciências da Comunicação e leciona na Ufam/Parintins.
O Seminário Global de Salzburg deriva do Festival de Salzburg, fundando em 1947 para celebrar a paz – ou como um festival da paz –, cuja finalidade era transformar a cidade em ambiente agradável e seguro para se viver por meio dos benefícios das suas atividades culturais.
Com a conquista da fama mundial, os seus idealizadores, Max Reinhardt, Richard Strauss e Hugo von Hofmannsthal, também passaram a incentivar outros festivais a cultivar os mesmos objetivos.
Atualmente, o grande desafio dos seus idealizados seria este: “Qual é o significado social e o potencial criativo dos festivais para as pessoas e o planeta na era conflituosa de hoje?”.
A proposta do SGS é que os participantes do seminário – profissionais inovadores e inovadores disruptivos de todo o mundo – catalisem ideias, ações e conexões inovadoras em uma era de polarização, desumanização, crise climática e tecno-colonização.
A ideia eixo é a de que as culturas e as artes têm poder transformador nas agendas políticas dos países, principalmente a partir dos intercâmbios que podem se fortalecer entre suas atividades, como as dos festivais.
Intercâmbio
Suzan explica que o convite veio em boa hora:
“Precisamos intercambiar experiências com outros grandes festivais. Vamos contar como realizamos o nosso e ouvir como eles realizam os deles. Não há nada mais enriquecedor do que trocar ideias que visam a inovação”.
Suzan revela que na sua interlocução com os anfitriões sentiu que há uma enorme curiosidade a respeito da grandiosidade dos espetáculos do bois-bumbás.
E a pergunta que não cala é esta: “Como vocês conseguem realizar essa festa durante três dias?”.
Há, também, as preocupações gerais do seminário relacionadas ao uso, reaproveitamento e descartes de materiais, os impactos sociais gerados pela festa e as preocupações com a sustentabilidade do evento.
“Creio que vamos colaborar com a nossa experiência de mais de 100 anos de festa de boi-bumbá e trazer outras que nos ajudem a resolver problemas que repercutirão na melhoria da qualidade de vida da população”, enfatiza a jornalista.
Fonte: Amazon Amazônia